supervisão e grupos de estudos

Supervisão individual em dupla e grupos de estudos

Ofereço supervisão clínica e grupos de estudos para profissionais de psicologia que se identificam com a teoria e técnica psicanalítica inglesa.

Feedback de quem já participou

  • Grupo de Estudos

    "Como uma primeira experiência de estudo em grupo, me senti confortável e segura com a condução da Daiana e as trocas profícuas que fazíamos entre todas que participavam. Em todo o tempo, me senti instigada a buscar novas leituras e fazer reflexões sobre a prática na interface com tudo o que líamos juntas. Após cada encontro, a sensação era de subir um degrau rumo aos novos horizontes que o pensar coletivo provocava em mim. O grupo deu contorno à minha técnica enquanto profissional e regulou minhas emoções através dos olhares compassivos e falas acolhedoras que aconteciam durante os encontros. Meu desejo segue sendo por mantermos esse espaço de troca cada vez mais atrelado às nossas práticas e sempre próximo ao coração."

    M. S.

  • Grupo de Estudos

    "Participar do grupo de estudos nesse ano foi fundamental para o desenvolvimento da minha prática clínica. Além da minha identificação com a teoria, as trocas entre o grupo e abertura para discussão de assuntos que iam surgindo, foram muito importantes. A condução da Daiana é sensível e atenta. Percebi o seu cuidado em garantir a compreensão de toda as participantes."

    K.S.A.

  • Supervisão

    "Nossas trocas e encontros foram muito valiosos pra mim, um amparo na clínica e nas minhas metamorfoses. Obrigada!"

    J. D.

  • Mentoria

    Realizei a mentoria com a Daiana e Nicácio e me surpreendí com os resultados em meu trabalho no consultório. Assuntos como organização de horários para pacientes de plano de saúde e particulares, gerenciamento financeiro e aporte técnico de carreira foram algumas das temáticas desenvolvidas nos encontros onde pude vivenciar mudança significativas. Trabalho feito com muita ética e respeito. Recomendo muito e agradeço imensamente a eles.

    Especificamente sobre a Daiana, gostei muito da forma como você trouxe as sugestões para mim, eu tinha muito medo de fazer as mudanças e a tua frase " suporta a angústia" foi incrível! Da mesma forma às questões relacionadas a encontrar um tema de preferência onde veio a temática da ansiedade me trouxe mais segurança também, um norte para os meus atendimentos, sem contar no dilema do financeiro, o mais desafiador. Foi muito importante para mim de verdade. Muito obrigada de coração ❤

    G.

Na formação de um analista, uma tarefa de tanta responsabilidade, é essencial construir o aprofundamento teórico, o manejo clínico com o rigor técnico e desenvolver o próprio estilo de trabalho. Para isso, contamos com o tripé psicanalítico, composto pela formação teórica, supervisão e análise pessoal.

Pode-se dizer que a supervisão teve início na troca de correspondências entre Freud e seus discípulos, nas quais era  frequente a discussão de casos. Freud cultivava o hábito de fazer longas caminhadas com aqueles  que o procuravam para consultar sua opinião sobre pacientes e logo as famosas reuniões de 4ª feira consolidaram-se para o estudo e discussão da técnica psicanalítica. Oficialmente, a supervisão passou a fazer parte da formação  psicanalítica na década de 20, introduzida por Abraham, Eitigon e  Simmel no Instituto de Berlim, sendo requisito regulamentado do  processo formativo e habilitador do analista. Atualmente, diferentes institutos e escolas de formação diferem sobre a obrigatoriedade e formato da supervisão, mas continua sendo uma prática altamente recomendada.

A supervisão é didática e experiencial. Não se trata apenas de aprimorar a escuta analítica; mas de trabalhar as formas de como  manejar aquilo que o analista escutou. 

É uma prática que pode ser realizada individualmente, em duplas ou grupo e ajuda os profissionais a lidarem com a solidão e insegurança da clínica. É um espaço em que acontece a apresentação do material clínico, relatado por um  terapeuta menos experiente a um colega mais  experiente, configurando uma relação de ensino aprendizagem e de trocas a partir do mesmo viés teórico.

Importante observar nesse processo a capacidade de continência do supervisor,  sua maturidade, disponibilidade, generosidade, vitalidade e entusiasmo, sabendo que cada par é diferente.

Para quê fazer supervisão?

  • Para fornecer meios para que o analista desenvolva sua  habilidade até o ponto em que possa, efetivamente,  ajudar os seus pacientes com as mesmas técnicas  básicas, variando-as conforme as necessidades de  cada um (Silva, 2003).

  • Para obter um feedback sobre sua performance, oferecendo-lhe  possibilidades de rumos a seguir – quando se encontra em  confusão ou precisando de auxílio –, permitindo-lhe a  oportunidade de adquirir visões alternativas quanto à  perspectiva dinâmica do paciente, intervenções e tratamento,  e estimulando a curiosidade. Assim, contribui para o processo  de formação da identidade terapêutica e serve de porto  seguro para os supervisionandos, ao acompanhar sua  aprendizagem e performance (Watkins Jr., 1997).

    Quais as tarefas de um supervisor?

  • Incentivar a aliança de aprendizagem e manter um setting de  trabalho; 

  • Auxiliar o supervisionando a tolerar a angústia do não-saber;

  • Compreender o supervisionando e fazer-se compreensível para ele;

  • Identificar o conflito principal do material e formular hipóteses  compreensíveis; 

  • Auxiliar o supervisionando a reconhecer a resistência e a  transferência na interação com o paciente, bem como suas  manifestações contratransferenciais;  

  • Reconhecer suas próprias manifestações contratransferenciais na  relação com o supervisionando.

    As bases do atendimento clínico:

  • Ética - Nós temos vários pacientes, mas o paciente só tem  um analista. 

  • Ética – É uma relação horizontal, mas assimétrica. A nossa  responsabilidade é maior. 

  • Ética – Nós nunca sabemos onde tocamos ou até onde  alcançamos.

    Sobre o trabalho analítico:

    “Sabemos que Bion recomendou aos analistas serem sem  memória, e sem desejo e aproximarem-se, tanto quanto fosse  possível, de um estado de vazio interno, para deixar surgir os  pensamentos suscitados pelo discurso do paciente. Esta  observação ganha valor por ter sido colocada por um  representante de um grupo de analistas conhecidos pelo fato  de serem pouco silenciosos. E de resto, a recomendação de  Bion não é a de ser silencioso, mas de mostrar-se, a cada  começo de sessão, tão disponível quanto possível para escutar  o que o paciente tem a dizer de novo.” - André Green

    “Estou atrás do desconhecido. Do desconhecido do mundo mental do  paciente, que é desconhecido para ele e muito mais desconhecido para  mim. O paciente narra um fato; mas sobre esse fato… O que ele quer conversar  comigo?  Penso que a psicanálise diz respeito à possibilidade de duas pessoas se  encontrarem para conversar com a finalidade de um dos dois - o analisando  - poder chegar a conhecer um pouco mais acerca de si mesmo.  Bion sugere que psicanálise é ‘uma palavra à procura de um significado; um  pensamento esperando por um pensador, um conceito esperando por um  conteúdo. Faz parte da tarefa analítica contribuir com o analisando para aumentar sua  capacidade de tolerar a dor.” - Isaias Kirschbaum

    É difícil ser um microscópio e um  telescópio ao mesmo tempo. Precisamos  estar atentos cuidadosamente ao detalhe que nos é apresentado, mas também ao  que não se apresenta – ou que é apenas  remotamente e vagamente visível.  - Anne Alvarez